quarta-feira, 10 de setembro de 2008

MEMÓRIA PERDIDA

Memória Perdida


Meu Deus


De onde venho Eu

Que flor saiu

Desse enxerto preto-e-branco

Mais branco com alma preta

Mais carne do que alma

Mais alma que carne

Mais homem

Ou mais mulher?



Oh meu Deus


De que Deus sou Eu

Da mata ensolarada

Da selva enverdecida

Do campo ensombreada

De rio manso perdido


Ou da lua

Do sol

Do céu?


Que sangue me acalora

Que desejo me devora

Que alma me apavora

Que sonho me comemora


Que fui

Que sei

Que sou?


Benedicto Monteiro


Poema extraído do texto em prosa –Primeira Manhã de Dalcídio Jurandir

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